Apresentação

Desde sua fundação, em 1980, a ABRAPSO promove a cada dois anos um encontro nacional de Psicologia Social. O evento congrega a comunidade científica e profissionais que fazem da interface entre a Psicologia e a Sociedade seu campo de trabalho e de reflexão. No ano de 2003 aconteceu a décima segunda edição deste evento, na cidade de Porto Alegre RS, nos dias 14, 15, 16 e 17 de Outubro, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS.

Resistindo à cristalização das instituições humanas, este encontro pretende implicar-se no cotidiano da história contemporânea de modo a não somente refleti-la, mas inventá-la.

A ABRAPSO assume o compromisso ético de ir além de uma exposição científica e acadêmica de trabalhos, pesquisas e ações realizadas no país fazendo jus aos seus objetivos e a sua história. Há de se desejar mais! Inventar um espaço e um tempo de resistência à volatilidade ética e afirmar a vida; lutar contra a ditadura da imagem descartável e instantânea e permitir que o corpo experimente seus movimentos de criação e destruição; confrontar-se com a sociedade da economia, da mercantilização e da privatização da subjetividade e provocar o coletivo solidário e participativo.

O tema do XII Encontro Nacional da ABRAPSO "Estratégias de Invenção do Presente - a Psicologia Social no contemporâneo" afirma-se como uma proposta, um desejo.

Eixos Temáticos

Estratégias de resistência e criação
Este eixo refere-se a necessidade de situar a resistência como uma ação positiva e afirmativa e não como uma reação negativa. Temos a urgência da produção de estratégias de resistência desta qualidade onde possamos inventar novos modos de existência.

Redes solidárias - autogestão e sustentabilidade
Este eixo refere-se ao processo de constituição de redes e iniciativas de diferentes segmentos da sociedade que objetivem organizações substitutivas às hegemonias contituídas e constituintes do regime neo liberal, apagador de diferenças e volatizador da subjetividade. Contempla iniciativas que compreendem o intersubjetivo, discussão/problematização de novas tecnologias e modelos alternativos de sustentabilidade, nas diversas instâncias e extratos da coletividade.

Psicologia e Políticas Públicas: a função social do Estado:
Neste eixo se estabelecerá o debate destacando que a efetivação dos direitos sociais e, o acesso de todos aos mesmos, é uma das premissas para a cidadania, processo em estamos implicados e que é indissociável para a consolidação da democracia. A proteção da vida humana é responsabilidade social, sendo que as políticas sociais públicas delineiam os limites para minimizar a precarização da existência e a desigualdade avançando na conquista de direitos universais configurando-se na priorização da vida e na ampliação de sua qualidade.

Tecnologias da Informação e da Comunicação e modos de subjetivação
As tecnologias de informação e de comunicação estão transformando a ecologia social e subjetiva no contemporâneo. As discussões desse eixo visam evidenciar estudos e possibilidades de intervenção social que possam transformar e multiplicar as direções de emissão e recepção.

Cultura, individualismo e sociabilidade contemporânea
Os modos de subjetivação contemporâneos produzem novas formas de individualismo. A Psicologia Social, a partir de uma perspectiva ética e estética permite compreender como as transformações socioeconômicas e culturais afetam de forma diferenciada os indivíduos em cada contexto. Os temas e as problemáticas de pesquisa discutidos neste eixo abordarão as modificações nas possibilidades de pensar os modos de viver no que se refere à cultura, ao trabalho, à sexualidade, às posições de poder dos homens, das mulheres, das diferentes etnias, do lugar das crianças dos jovens e dos velhos na sociedade. Assim como, as formas de invenção e resistência no enfrentamento das transformações contemporâneas.

A cidade como território de criação
Este eixo irá tratar da cidade enquanto território do urbano, enquanto força de produção de modos de ser e de sentir, palco de subjetividades contemporâneas forjadas na relação dos corpos com seu espaço arquitetônico, suas vias de acesso e suas inacessibilidades, seus visíveis e invisíveis roteiros de passagem.